Temos muitos motociclistas grandiosos, excepcionais que tem na essência da sua vida a paixão pela motocicleta, mas não pertencem a uma moto clube.
Sabemos que as associações de motociclismo (Moto Clube, Moto Grupo, etc.) reúnem na sua essência pessoas que gostam de motos, porém, com um diferencial que é o COLETIVO.
Então, o que seria esse diferencial do COLETIVO que existe, ou deveria existir, dentro do Moto Clube, o que nos faz ser diferente?
Esse diferencial existe quando dentro do Moto Clube existe um sentimento de comunidade, onde um é o elo importante do todo, onde reside o sentimento de comunidade, um forte senso de camaradagem e lealdade entre os membros, buscando uma irmandade (Irmandade dentro do Motociclismo, tema interessante para futura manifestação).
Nem tudo é céu, nem tudo é inferno, no mundo da realidade do Moto Clube, pois essas associações são feitas por homens, e como se sabe, homem é homem.
Pinceladas essas exposições vamos a mais um detalhe, o COLETE, símbolo essencial dentro do Moto Clube, vai muito além de ser apenas uma peça de vestuário. Representa um símbolo de identidade, união e tradição dentro da comunidade motociclístico.
Justamente, esse COLETIVO é representado pelo COLETE, pois só tem sentido se um existir dentro do outro, senão seremos um motociclista autônomo.
Temos que fazer agora uma singela análise, no nosso entendimento, do que seria o COLETIVO em um Moto Clube.
Sabemos que muitos Moto Clubes estabelecem tempo (conhecido como período de prova, estágio, tempo de espera, etc.) para aceitação de um novo membro dentro de suas fileiras, para nesse período ser visto se o motociclista que quer iniciar tem as características do Moto Clube, se tem o perfil, objetivo e principalmente se o COLETIVO faz parte desse candidato.
Inclusive, fazendo um parêntese, esse período não teve de ter data para acabar, pois enquanto esse COLETIVO não for visto como objeto do pretendente, o período de prova deve continuar.
Normalmente, na vida, pensamos assim: O que é mais importante para mim, o que é mais importante para os outros.
Pois bem, voltando ao COLETIVO.
Esse, tem na sua essência que o pensamento principal a ser desenvolvido pelo Motoclubista que ele deve ter em primeiro lugar a busca do que é melhor para o Moto Clube, em segundo lugar o que é melhor para os meus Irmãos de Moto Clube, e terceiro lugar o que é melhor para mim.
As inversões de valores têm que ser trocadas. Esclarecendo, não estamos falando do que deve ser mais importante para a pessoa na vida, (Família, Trabalho, Motociclismo), e sim dentro do COLETIVO.
Quando se busca ingressar nas fileiras de um Moto Clube se deve ter em mente que é você que dará ao todo, é você que terá que fazer parte de um todo, é você motociclista que está buscando algo COLETIVO, algo onde se doar é mais importante do que receber.
É um princípio básico, pois querer fazer parte de um Irmandade e não querer se doar não faz sentido.
Essa doação pessoal também é financeira, pois nada sobrevive sem dinheiro, é elemento essencial a vida de qualquer instituição, então se você não quiser pagar a contribuição financeira fixada, nem deve pensar em ingressar.
A doação a ser trazida também é de tempo, hoje em dia, um bem super precioso, pois, não existe sentido em fazer parte de algo e não participar, fazer parte de algo que não seja o objetivo principal.
Aí vem o propósito principal, o COLETIVO. Não adianta estar dentro se tudo que se faz é pensando em si, tendo atitudes que visam a satisfação pessoal, que buscam interesses próprios e acima de tudo que busca receber, sempre receber.
O COLETIVO é muito mais do que fazer parte de uma associação motociclística.
Ter participação financeira, ter doação de tempo, tem sentimento de irmandade, ter atitude é ter o COLETIVO dentro do brasão.
Atitude, planejar para todos, executar para todos, fazer evoluir as ideias individuais para atender as buscas de todos e estar presente nas atividades do Moto Clube, é participar, acrescentar e se integrar as ideias propostas pelos demais integrantes.
De nada adiante estar na associação e só ter ideias, propostas, ações individuais. Para andar de moto precisamos de tempo, dinheiro e saúde. Basta ligar a moto e sair, podendo fazer com ou sem planejamento, com ou sem parceiro, podendo ter ou não ter objetivo. Viajar de moto sozinho é só questão de vontade, pura e simples.
Andar de moto, como indo fazer passeios, indo a eventos, almoços e demais atividades de COLETE, mas individualmente, ou com achegados, inclusive divulgando, prova que o BRASÃO estava presente, porém o COLETIVO ficou.
Exigir condições, exigir que tudo esteja perfeito, exigir e colocar pedra dentro das ideias, é outro indicador de que no Moto Clube não deveria estar.
Diante de uma ideia proposta por um COLETE com o COLETIVO, criticar, apontar outra proposta em cima da apresentada, buscar dividir, apontar os erros de quem fez, não se colocar a ordem, do que não ajudou, é outro indicador de que no Moto Clube não deveria estar.
Você Motoclubista, que é integrante de uma associação motociclística, olhe para trás e veja o quando já se doou, o quando do seu tempo já cedeu, quanto já contribuiu, o que já fez para o seu COLETE e para o COLETIVO.
O COLETIVO não é um, não são dois ou alguns achegados, o COLETIVO é fazer para todos, é buscar todos, é sempre ampliar o famoso somos parceiros, e sempre pensar no todo, mesmo que o todo não participe, mesmo que o todo seja poucos de muitos, mas o que importa é que o COLETE e o COLETIVO sempre viajem juntos.
Ulisses José Ferreira Neto