O Motociclista que anda em comboio, roga, com muita fé, ao Grande Arquiteto do Universo, que sempre possa visualizar a luz da moto do seu parceiro que vem atrás nos retrovisores de sua moto.
Não importa se a luz do parceiro estiver no seu retrovisor do lado esquerdo ou direito, importa que a luz do farol da moto do seu companheiro esteja ali.
Mas, quando a luz do companheiro não está no seu retrovisor, quando ela não aparece, o Motociclista procura em um espelho, busca no outro e não vê a luz da moto do seu companheiro a sua atenção deixa de ser voltada para sua frente e essa visão muda constantemente olhando para frente, para cada espelho.
A velocidade vai sendo diminuída e se vai andando e buscando enxergar a luz da moto do parceiro.
Quando se vê ao longe uma luz que aparenta ser a da moto do seu companheiro, a sensação de alívio vem, porém, logo se percebe que não é a moto dele.
A velocidade volta a baixar e anda-se com mais cuidado, olhando incansavelmente para frente e pelos retrovisores. Os carros começam a passar fácil e a sensação de preocupação se instala.
A velocidade é reduzida ainda mais, já atrapalhando o trânsito.
Então, vem a segunda fase da agonia, da espera.
Leva-se a moto em direção ao acostamento e quase parando, se espera ver a luz da moto do parceiro, vindo. Mas, não vem!
A preocupação se instala definitivamente. Cada luz que se vê ao longe é uma esperança, mas também uma frustração, que leva a mais preocupação.
Chega a nova etapa da agonia, da espera, que e de se sentir inútil diante da situação. A mão puxa o manete do freio e a parada ocorre.
Tudo fica mais tenso, e intensifica-se a preocupação!
A luz não vem e surge as perguntas, o que faço? Volto? Espero mais um pouco? Será que ele me ultrapassou e não percebi? Todas as dúvidas surgem juntas.
O tempo transcorre e a pior sensação toma conta.
A decisão é voltar!
“Meu parceiro, meu irmão de estrada, pode estar precisando de mim.” Aí passa-se a analisar alguns aspectos: qual a chance de retornar e encontrá-lo? Rodovia dupla cujas pistas não são lado a lado. Até onde voltar? “Onde deixei de ver a luz da moto dele”…. Mas, uma decisão tem que ser tomada: voltar!!!
Voltando ou não surge a pergunta. O que poderia ter acontecido?
Sem dúvida, é a pior situação que um Motociclista Parceiro pode viver é não saber se o seu parceiro poderá ou não o seguir em qualquer viagem.
Certamente, muitos motociclistas já passaram por essa situação e apesar das mesmas sensações vividas, cada um viveu um final diferente. Foram finais alegres, engraçados, bravos e de tristeza e perda profunda.
Assim, quando em algum momento na estrada, a luz da moto do parceiro se apaga do seu retrovisor e vivemos essa experiência, passamos a entender a importância da LEI DA LUZ DO RETROVISOR.
Lei da Luz do Retrovisor, tão fácil de aprender e entender, porém tão difícil de seguir, pois o trânsito, as velocidades incompatíveis, o humor, a forma de conduzir e muitos outros fatores nos fazem violar essa lei.
A lei violada não é punível com multa, mas sim por minutos parecem uma eternidade.
Você Motociclista, analise se compensa infringir tão importante lei.
MotociclismoSC – Ulisses José Ferreira Neto